Cidade do Vaticano, 10 dez (RV)
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"CRISTO É O INÍCIO DE UMA NOVA HISTÓRIA PARA O HOMEM"
Cidade do Vaticano, 10 dez (RV)
"O MAL NÃO TEM EXPLICAÇÃO. SOMENTE DEUS E O BEM TÊM LÓGICA"
Cidade do Vaticano, 03 dez (RV)
IMACULADO CORAÇÃO DE MARIA -PARETE 1
2- Maria de Nazaré, quem é esta mulher?
3- Pequenos e Fracos, como a Virgem de Nazaré
4- Devoção franciscana a Maria
5- Maria Santíssima na Piedade Franciscana
6- Maria, Explicação de Deus
7- Iconografia de Nossa Senhora
Foi Duns Scotus, grande teólogo franciscano do século 13, que encontrouum silogismo que solucionava a dificuldade de admitirque também Nossa Senhora como filha de Adão e Evadevia estar sujeita ao pecado original, mas que foidele preservada, em previsão dos méritos de Cristo,com antecipada aplicação da redenção universal de Jesus.
Ainda neste Especial, orações, o novo Rosário e uma pequena mostra de como os grandes artistas retrataram a Mãe de Deus.
A JUSTIFICAÇÃO SEGUNDO SÃO PAULO APÓSTOLO
BENTO XVI ANALISA A DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO EM SÃO PAULO
PAPA COMENTA DOUTRINA DA JUSTIFICAÇÃO EM SÃO PAULO
ENCONTRO DE CRISTO COM SÃO PAULO NO CAMINHO PARA DAMASCO
Cidade do Vaticano, 19 nov (RV) - Em sua audiência hoje com os fiéis, o papa prosseguiu sua reflexão inspirada em São Paulo Apóstolo, recordando sua doutrina da justificação, ponto central de seu ensinamento. Ao encontrar-se com o Ressuscitado no caminho de Damasco, o Apóstolo, que era um fervoroso cumpridor da Lei mosaica, compreendeu que aquilo que considerava como ganância era uma perda diante de Deus. Aquele encontro o fez entender que graças à fé em Cristo, e não por nosso mérito, nos tornamos justos diante de Deus. Naquele momento, Paulo descobriu uma nova justiça, oferecida gratuitamente e baseada na fé em Cristo morto e ressuscitado. O Cristo se tornou o princípio e a finalidade de sua existência, e Paulo queria compartilhar a sua experiência com os apóstolos. São Paulo afirma que a Lei culminou em Cristo, e tem sua máxima expressão no mandamento do amor. Assim, o Salvador do mundo é apenas um, o que relativiza tudo, inclusive a Lei. (CM)
ANO PAULINO CONVIDA A CONHECER MELHOR A BÍBLIA
PODEMOS OBTER A SALVAÇÃO NAS PALAVRAS DE SÃO PAULO
Cidade do Vaticano
– A “decisiva importância” atribuída por Paulo à ressurreição de Cristo foi o assunto da catequese realizada pelo Santo Padre Bento XVI durante a audiência geral de quarta-feira, 5 de novembro. “Somente a Cruz não poderia explicar a fé cristã, seria até uma tragédia –explicou o Santo Padre -. O mistério pascal consiste no fato de que o Crucifixo ‘ressuscitou no terceiro dia de acordo com as Escrituras’ (1 Cor 15,4), assim atesta a tradição protocristã. Aqui está a chave mestra da cristologia paulina: tudo gira em torno desse centro gravitacional. Todo o ensinamento do Apóstolo Paulo parte ‘de’ e chega sempre ‘no’ mistério d’Aquele que o Pai ressuscitou da morte. A ressurreição é um dado fundamental… Aquele que foi crucificado e que, assim, manifestou o imenso amor de Deus pelo homem, ressuscitou e está vivo no meio de nós”.Assim, o Santo Padre destacou a ligação entre o anúncio da ressurreição formulado por Paulo e o que era feito nas primeiras comunidades cristãs pré-paulinas onde se vê a importância da tradição que precede o Apóstolo e que ele, com grande respeito e atenção, quer, por sua vez, entregar”. São Paulo, na Carta aos Corintios ressalta “a unidade do kerigma, do anúncio a todos os fiéis e a todos aqueles que anunciam a ressurreição de Cristo… A originalidade da sua cristologia não vai nunca contra a fidelidade à tradição. O kerigma dos Apóstolos prevalece sempre sobre a reelaboração pessoal de Paulo… E assim, São Paulo oferece um modelo para todas as épocas sobre como fazer teologia e como pregar. O teólogo, o pregador não cria novas visões do mundo e da vida, mas está a serviço da verdade transmitida, a serviço do fato real de Cristo, da Cruz, da ressurreição”. Nessa altura, Papa Bento XVI quis ressaltar que “São Paulo, ao anunciar a ressurreição, não se preocupa em apresentar uma exposição doutrinal orgânica – não quis um quase manual de teologia – mas sim, aborda o tema respondendo a dúvidas e perguntas concretas que lhe eram trazidas pelos fiéis”. O conceito essencial destacado por Paulo é que nós todos fomos salvos pelo Cristo morto e ressuscitado por nós, sem a ressurreição, “a vida cristã seria simplesmente absurda”. O evento da manhã de Páscoa foi algo “de extraordinário, de novo e, ao mesmo tempo, de muito concreto, marcado por sinais bem específicos, registrados por várias testemunhas. Também por Paulo, como por outros autores do Novo Testamento, a ressurreição está ligada ao testemunho de quem teve uma experiência direta com o Ressuscitado. Trata-se de ver e sentir não somente com os olhos ou com os sentidos, mas também com uma luz interior que leva a reconhecer o que os sentidos externos atestam como dado objetivo”. Também o tema das aparições têm para Paulo uma relevância fundamental, uma vez que os dois fatos importantes são o túmulo vazio e Jesus que realmente apareceu. “Trata-se, assim– explicou o Papa – da cadeia da tradição que, por meio do testemunho dos A primeira conseqüência, ou o primeiro modo de manifestar este testemunho, é pregar a ressurreição de Cristo como síntese do anúncio evangélico e como ponto culminante de um itinerário salvífico”. Tanto nas Cartas quanto nos Atos dos Apóstolos, vê-se que o ponto essencial para Paulo é ser testemunha da ressurreição. De resto, a afirmação "Cristo ressuscitou" é para Paulo e também para nós, hoje, um tema determinante. “Paulo sabe bem e diz isso muitas vezes que Jesus era Filho de Deus sempre, desde o momento da sua encarnação. A novidade da ressurreição consiste no fato de que Jesus, elevado á humildade da sua existência terrena, foi feito Filho de Deus ‘com poder’. O Jesus humilhado até a morte na cruz pode agora dizer aos Onze: ‘Foi dado a mim todo o poder no céu e na terra’ (Mt 28, 18)… Por isso, com a ressurreição começa o anúncio do Evangelho de Cristo a todos os povos, começa o Reino de Cristo, este novo Reino que não conhece outro poder do que o poder da verdade e do amor. A ressurreição revela, assim, definitivamente, qual é a autêntica identidade e o extraordinário tamanho do Crucifixo. Uma dignidade incomparável e elevadíssima: Jesus é Deus!... Pode-se dizer, portanto, que Jesus ressuscitou para ser o Senhor dos mortos e dos vivos ou, em outros termos, o nosso Salvador”.Tudo isso, traz importantes conseqüências para a nossa vida de fé, conforme destacou o Papa: “nós somos chamados a participar no íntimo do nosso ser em todos os episódios da morte e da ressurreição de Cristo… Isso se traduz numa partilha dos sofrimentos de Cristo, que antecede a plena configuração com Ele, por meio da ressurreição que vemos na esperança. É o que aconteceu também a São Paulo… Viver na fé em Jesus Cristo, viver a verdade e o amor implica renunciar todos os dias, implica sofrimentos. O cristianismo não é o caminho da comodidade, é mais uma escalada exigente, iluminada, porém, pela luz de Cristo e pela grande esperança que nasce d’Ele”.O Santo Padre concluiu a catequese com estas palavras: “podemos dizer com Paulo que o verdadeiro fiel obtém a salvação professando com a sua boca que Jesus é o Senhor e acreditando com o seu coração que Deus ressuscitou-o dos mortos. Importante é, acima de tudo, o coração que crê em Cristo e na fé no Ressuscitado; mas não basta levar no coração a fé, devemos confessá-la e testemunhá-la com a boca, com a nossa vida, tornando, assim, presente a verdade da cruz e da ressurreição na nossa história”. (S.L.)
Fonte: Agência Fides
EM FÁTIMA É ISTIMULADA A FORMAÇÃO PAULINA
Iniciativas comemoram o ano dedicado ao apóstolo
FÁTIMA, quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Nas alamedas laterais do Recinto de Oração, os peregrinos podem observar a instalação de treze cartazes alusivos à vida e à obra de Paulo.
No Santuário, também se encontra um trabalho artístico que representa o percurso do apóstolo.
Na Galilé dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo, no grande corredor de 150m, na área da Reconciliação da Igreja da Santíssima Trindade, a parede reveste-se de azulejos da autoria de Álvaro Siza Vieira, com representações de episódios da vida destes dois apóstolos.
Para além dos trabalhos artísticos, o Santuário promove um ciclo de conferências sobre a vida e a obra de Paulo.
A iniciar no próximo domingo, 9 de novembro, o evento terá periodicidade mensal e se estenderá até abril de 2009. Para cada sessão, está convidado um especialista em uma área de estudos paulinos.
A primeira conferência terá como tema «A mensagem da Irmã Lúcia e dos Pastorinhos à luz de S. Paulo». O palestrante é José Carlos Carvalho, da Faculdade de Teologia da Universidade Católica do Porto. O programa completo das conferências encontra-se em http://www.fatima.pt/.
O Santuário prepara ainda, para inícios de 2009, uma jornada de estudo sobre S. Paulo. A iniciativa, dirigida aos funcionários e voluntários, deve atingir 400 pessoas.
A POLÔNIA COMEMORA O ANO PAULINO COM LONGA PROGRAMAÇÃO
SÉRIE DE INICIATIVAS NA POLÔNIA PELO ANO PAULINO
Czestochowa - Polônia
Czestochowa, 30 out (RV)
"SÃO PAULO VÊ NA CRUZ A MANIFESTAÇÃO MAIS ELOQUENTE DO AMOR A DEUS POR NÓS", DIZ BENTO XVI
Papa indica que «nas fraquezas, experimentamos o amor de Deus»
“A cruz é «o centro do centro» do mistério cristão. Certamente a encarnação e ressurreição são mistérios centrais do cristianismo, mas São Paulo vê na cruz a manifestação mais eloquente do Amor de Deus por nós”, indicou o Papa.
A experiência de Paulo no caminho de Damasco, recordada pelo Papa na catequese, “mudou completamente a sua existência, marcada pelo significado central da Cruz. Paulo entendeu que Cristo morreu e ressuscitou por ele e por todos”.
Para o apóstolo, “Cristo crucificado é sabedoria porque manifesta em verdade quem é Deus e mostra-nos o amor que salva o homem de forma gratuita. Esta total gratidão é a verdadeira sabedoria”.
“Como sinal de amor e do amor pela humanidade sem pecado, a Cruz convida-nos a uma total sabedoria que aceita o dom gratuito e bondoso de Deus”, sublinhou Bento XVI.
CICLO DE ENCONTRO NA BASÍLICA DE SÃO PAULO "FORA DOS MUROS"
Para São Paulo, Cristo è “o critério de avaliação dos eventos e das coisas, o fim de todo esforço que ele realiza para anunciar o Evangelho, a grande
Cidade do Vaticano
NA MENSSAGEM DE SÃO PAULO, BENTO XVI DESTACA "CENTRALIDADE DE CRISTO RESSUSCITADO"
Papa destaca «centralidade de Cristo ressuscitado» na mensagem de São Paulo
(22-10-2008) Bento XVI prosseguiu esta Quarta-feira o ciclo de catequeses dedicado à figura de São Paulo, destacando a “centralidade de Cristo ressuscitado” na mensagem paulina.
Durante a audiência geral desta semana, no Vaticano, o Papa destacou que Jesus Cristo não é um “princípio abstracto”, mas uma pessoa. É o “princípio para compreender o mundo”, mas também “uma pessoa que me amou, com a qual posso falar, que me escuta”.
Perante cerca de 20 mil pessoas, Bento XVI abordou os princípios da cristologia elaborada por São Paulo, sobretudo nas suas Cartas. O Apóstolo afirma “a centralidade de Cristo ressuscitado no mistério da salvação”, explicou.
“Para Paulo, há uma perfeita identidade salvífica entre Aquele que vive eternamente na glória e o Jesus terrestre”, disse na sua catequese.
Para o Papa, São Paulo procurou, sobretudo, “a edificação das comunidades nascentes, concentrando tudo sobre Cristo vivo e presente no meio dos seus”.
Como habitualmente, Bento XVI dirigiu-se aos “amados peregrinos de língua portuguesa”, desejando que “esta peregrinação a Roma encha de luz e fortaleza o vosso testemunho cristão, para confessardes Jesus Cristo como único Salvador e Senhor da vida: fora d'Ele, não há vida, nem esperança de a ter”.
Fonte: Ag. ECCLESIA
Igreja, fundamental no ensinamento de São Paulo
Hoje durante a audiência geral
CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 15 de outubro de 2008
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Na catequese da quarta-feira passada, falei da relação de Paulo com o Jesus pré-pascal em sua vida terrena. A questão era: o que Paulo sabia sobre a vida de Jesus, suas palavras e sua paixão? Hoje quero falar do ensinamento de São Paulo sobre a Igreja. Devemos começar pela constatação de que esta palavra, «Igreja», como «Église» em francês ou «Chiesa» em italiano, está tomada do grego «ekklēsía». Procede do Antigo Testamento e significa a assembléia do povo de Israel, convocada por Deus, e particularmente a assembléia exemplar aos pés do Sinai. Com esta palavra agora se alude à nova comunidade dos crentes em Cristo que se sentem assembléia de Deus, a nova convocatória de todos os povos por parte de Deus e diante d’Ele. O vocábulo ekklēsía aparece só nos escritos de Paulo, que é o primeiro autor de um escrito cristão. Isso acontece no incipit da 1ª Carta aos Tessalonicenses, (cf. depois também à «Igreja dos Laodicenses», em Col 4, 16). Em outras cartas, ele fala da Igreja de Deus que está em Corinto (1 Cor 1, 2; 2 Cor 1, 1) e na Galícia (Gl 1,2 etc.) – Igrejas particulares, portanto – mas diz também ter perseguido «a Igreja de Deus», não uma determinada comunidade local, mas «a Igreja de Deus». Assim, vemos que a palavra «Igreja» tem um significado pluridimensional: indica, por um lado, as assembléias de Deus em determinados lugares (uma cidade, um país, uma casa), mas também toda a Igreja em seu conjunto. E assim vemos que «a Igreja de Deus» não é só a soma das distintas Igrejas locais, mas estas são, por sua vez, a realização da única Igreja de Deus. Todas juntas são a «Igreja de Deus», que precede cada Igreja local e que se expressa e realiza nelas.
É importante observar que quase sempre a palavra «Igreja» aparece com o acréscimo do esclarecimento «de Deus»: não é uma associação humana, nascida de idéias ou interesses comuns, mas de uma convocação de Deus. Ele a convocou e por isso é una em todas as suas realizações. A unidade de Deus cria a unidade da Igreja em todos os lugares onde se encontra. Mais tarde, na Carta aos Efésios, Paulo elaborará abundantemente o conceito de unidade da Igreja, em continuidade com o conceito de Povo de Deus, Israel, considerada pelos profetas como «esposa de Deus», chamada a viver uma relação esponsal com Ele. Paulo apresenta à única Igreja de Deus como «esposa de Cristo» no amor, um só espírito com o próprio Cristo. Sabe-se que o jovem Paulo havia sido adversário inflamado do novo movimento constituído pela Igreja de Cristo. Havia sido seu adversário, porque havia visto ameaçada neste novo movimento a fidelidade à tradição do povo de Deus, animado pela fé no Deus único. Esta fidelidade se expressava sobretudo na circuncisão, na observação das regras da pureza cultural, na abstenção de certos alimentos, no respeito do sábado. Os israelenses haviam pagado esta fidelidade com o sangue dos mártires no período dos Macabeus, quando o regime helenista queria obrigar todos os povos a conformar-se à única cultura helenista. Muitos israelenses haviam defendido com seu sangue a vocação própria de Israel. Os mártires haviam pagado com a vida a identidade de seu povo, que se expressava mediante estes elementos. Após o encontro com Cristo ressuscitado, Paulo entendeu que os cristãos não eram traidores; ao contrário, na nova situação, o Deus de Israel, mediante Cristo, havia estendido seu chamado a todos os povos, convertendo-se no Deus de todos os povos. Desta forma se realizava a fidelidade ao único Deus; já não eram necessários os sinais distintivos constituídos pelas normas e observâncias particulares, porque todos estavam chamados, em sua variedade, a fazer parte do único povo de Deus na «Igreja de Deus», em Cristo.
Uma coisa foi clara para Paulo na nova situação: o valor fundamental e fundante de Cristo e da «palavra» que anunciava. Paulo sabia que não só não se é cristão por coerção, mas que na configuração interna da nova comunidade, o componente institucional estava inevitavelmente ligado à «palavra viva», ao anúncio do Cristo vivo no qual Deus se abre a todos os povos e os une em um único povo de Deus. É sintomático que Lucas, nos Atos dos Apóstolos empregue muitas vezes, inclusive a propósito de Paulo, o sintagma «anunciar a palavra» (Atos 4, 29.31; 8, 25; 11, 19; 13, 46;14, 25; 16, 6.32), com a evidente intenção de evidenciar ao máximo o alcance decisivo da «palavra» do anúncio. Em concreto, esta palavra está constituída pela cruz e pela ressurreição de Cristo, na qual as Escrituras se realizaram. O mistério pascal, que provocou o giro de sua vida no caminho de Damasco, está obviamente no centro da pregação do Apóstolo (cf. 1 Cor 2, 2;15, 14). Este mistério, anunciado na palavra, realiza-se nos sacramentos do Batismo e da Eucaristia, e se torna realidade na caridade cristã. A obra evangelizadora de Paulo não tem outro fim senão implantar a comunidade dos crentes em Cristo. Esta idéia está dentro da própria etimologia do vocábulo ekklēsía, que Paulo, e com ele todo o cristianismo, preferiu ao outro termo, «sinagoga», não só porque originalmente o primeiro é mais «leigo» (derivando da práxis grega da assembléia política e não propriamente religiosa), mas também porque implica diretamente a idéia mais teológica de uma chamada ab extra, não uma simples reunião; os crentes são chamados por Deus, que os reúne em uma comunidade, sua Igreja.
Nesta linha, podemos compreender também o conceito original, exclusivamente paulino, da Igreja como «Corpo de Cristo». A respeito disso, é oportuno ter presente as duas dimensões deste conceito. Uma é de caráter sociológico, segundo a qual o corpo está formado por seus componentes e não existiria sem eles. Esta interpretação aparece na Carta aos Romanos e na Primeira Carta aos Coríntios, onde Paulo assume uma imagem que já existia na sociologia romana: ele diz que um povo é como um corpo com diferentes membros, cada um dos quais tem sua função, mas todos, inclusive os menores e aparentemente insignificantes, são necessários para que o corpo possa viver e realizar suas funções. Oportunamente, o Apóstolo observa que na Igreja há muitas vocações: profetas, apóstolos, mestres, pessoas simples, todos chamados a viver cada dia a caridade, todos necessários para construir a unidade viva deste organismo espiritual. A outra interpretação faz referência ao próprio Corpo de Cristo. Paulo sustenta que a Igreja não é só um organismo, mas se converte realmente em Corpo de Cristo no sacramento da Eucaristia, onde todos recebem seu Corpo e chegam a ser realmente seu Corpo. Realiza-se assim o mistério esponsal, que todos são um só corpo e um só espírito em Cristo. Assim, a realidade vai muito além da imaginação sociológica, expressando sua verdadeira essência profunda, ou seja, a unidade de todos os batizados em Cristo, considerados pelo Apóstolo como «um» em Cristo, conformados ao sacramento de seu Corpo.
Dizendo isso, Paulo mostra saber bem e nos dá a entender que a Igreja não é sua e não é nossa: a Igreja é o Corpo de Cristo, é «Igreja de Deus», «campo de Deus», edificação de Deus, ... «templo de Deus» (1 Cor 3, 9.16). Esta última designação é particularmente interessante, porque atribui a um tecido de relações interpessoais um termo que comumente servia para indicar um lugar físico, considerado sagrado. A relação entre a Igreja e o templo assume, portanto, duas dimensões complementares: por um lado, aplica-se à comunidade eclesial a característica de separação e pureza que tinha o edifício sagrado; mas por outro, supera-se também o conceito de um espaço material, para transmitir este valor à realidade de uma comunidade viva de fé. Se antes os templos eram considerados lugares da presença de Deus, agora se sabe e se vê que Deus não habita em edifícios feitos de pedra, mas que o lugar da presença de Deus no mundo é a comunidade viva dos crentes.
Um discurso à parte mereceria a qualificação de «povo de Deus», que em Paulo se aplica substancialmente ao povo do Antigo Testamento e depois aos pagãos, que eram «o não-povo» e que se converteram também em povo de Deus graças à sua inserção em Cristo mediante a palavra e o sacramento. E um último esboço. Na Carta a Timóteo, Paulo qualifica a Igreja de «casa de Deus» (1 Tm 3, 15); e esta é uma definição realmente original, porque se refere à Igreja como estrutura comunitária na qual se vivem calorosas relações interpessoais de caráter familiar. O Apóstolo nos ajuda a compreender cada vez mais o mistério da Igreja em suas distintas dimensões de assembléia de Deus no mundo. Esta é a grandeza da Igreja e a grandeza do nosso chamado: somos templo de Deus no mundo, lugar onde Deus habita realmente, e somos, ao mesmo tempo, comunidade, família de Deus, que é amor. Como família e casa de Deus, devemos realizar no mundo a caridade de Deus e ser, assim, com a força que vem da fé, lugar e sinal de sua presença. Oremos ao Senhor para que nos conceda ser cada vez mais sua Igreja, seu Corpo, o lugar da presença de sua caridade neste nosso mundo e em nossa história.
PAULO DESCOBRE O JESUS HISTÓRICO ATRAVÉS DA PRIMEIRA COMUNIDADE CRISTÃ
Fonte: RV
LITURGIA PARA PAULO É SE COLOCAR POR INTEIRO A SERVIÇO DO PROJETO DE DEUS
Afirma o padre Carlos Gustavo Haas, assessor da CNBB
Por Alexandre Ribeiro
SÃO PAULO, terça-feira, 7 de outubro de 2008
Em conferência na Semana Teológica do Instituto de Teologia e Filosofia Santa Teresinha, da diocese de São José dos Campos, na semana passada, o padre Carlos Gustavo Haas falou sobre a influência da teologia paulina na liturgia.
No início de sua explanação, o sacerdote recordou a epistemologia do termo liturgia, do grego «leitourgía», que pode ser entendido resumidamente por «serviço público». Citou ainda a definição da Sacrosanctum Concilium --constituição sobre Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II--, que afirma que a liturgia é considerada como “o exercício da função sacerdotal de Cristo”.
«Paulo usa a palavra liturgia para falar como prestação de serviço. Portanto, para ele, a palavra liturgia implica compromisso social, compromisso com a vida, com a caridade. Com efeito, em Jesus Cristo, o que vale é a fé agindo pelo amor», explica o sacerdote.
Paulo afirma que Deus lhe deu a graça de ser «liturgo» ou «ministro de Jesus Cristo junto dos pagãos», prestando um serviço sacerdotal ao Evangelho de Deus.
De acordo com padre Haas, além das considerações sobre o significado de liturgia como serviço, Paulo traz uma grande contribuição no que se entende por culto espiritual.
Em Romanos 12, ele afirma: “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual”.
«Para Paulo, a liturgia que realmente agrada a Deus é nos colocarmos por inteiro a serviço do projeto de Deus, vivido por Jesus, o Filho de Deus», destaca.
«É muito fácil viver uma liturgia do templo, uma liturgia da Igreja apenas como templo. Mas é muito difícil fazer da nossa vida uma hóstia viva, santa, agradável a Deus.»
O assessor da CNBB explicou então que o termo “culto” tem raiz latina que significa “cultivar”. «Que significa cultuar a Deus?», questionou. Significa «cultivar no dia-a-dia, na celebração e na vida, aquilo que Deus é. O culto espiritual como compromisso, a exemplo de Jesus».
«Muitas missas, batismos, casamentos foram e ainda são oportunidade mais para justificar os esquemas deste mundo do que cultivar a vontade de Deus.»
«Cultiva-se às vezes o que eu quero, o que eu desejo, o que eu penso, e não cultivamos, não prestamos o culto a Deus. Em vez de servirmos a Deus, nós nos servimos de Deus. Este alerta São Paulo pode nos deixar», afirmou.
O assessor da CNBB disse que a liturgia tem de «nos levar a fazer justamente isso que Paulo disse em Gálatas 4: até que Cristo se forme em nós, em mim, em ti, em nós».
O Ano Litúrgico é isto, «uma maneira fantástica da gente cultivar os sentimentos de Jesus Cristo que vão sendo celebrados» ao longo do período.
«A Igreja não tem calendário litúrgico, ela tem o Ano Litúrgico, que é um itinerário onde a gente vai domingo por domingo, semana por semana cultivando essa Palavra, e ela vai penetrando, transformando a vida da gente.»
«Não é devoção; é cultivar, para que nós nos tornemos hóstias vivas, santas, agradáveis a Deus; isto é a liturgia, não é ritualismo. Precisa-se do rito, de uma ritualidade, mas não de ritualismo. Não é devoção, é celebração», enfatizou.
No contexto do Sínodo da Palavra de Deus, padre Haas afirmou que é preciso ouvir a Palavra com o coração.
Por isso, «precisamos do silêncio. Não só o silêncio da boca, mas o silêncio dos olhos, do ouvido, do coração, do nosso corpo. Vivemos num mundo tão barulhento. Temos missas tão barulhentas», lamentou.
«Esta experiência humana de acolher, ouvir, entender, obedecer à Palavra é fundamental para todos nós.»
O assessor da CNBB destacou que a Palavra não é uma simples mensagem. «Eu já ouvi tantas pessoas dizerem: “a mensagem do evangelho de hoje...”. A Palavra não é uma mensagem, ela é a verdade, é a vida, é Cristo. A Palavra é um acontecimento».
BENTO XVI FALA A RESPEITO DO APÓSTOLO PAULO PARA OS NOVOS BISPOS
SÃO PAULO, "APÓSTOLO DOS GENTIOS", INDICADO COMO MODELO PARA NOVOS BISPOS
PAPA INDICA A NOVOS BISPOS, SÃO PAULO, "APÓSTOLO DOS GENTIOS", COMO MODELO PARA A SUA ATUAÇÃO
Cidade do Vaticano, 20 set (RV)
- No curso da manhã deste sábado, o Santo Padre recebeu em audiência, na Sala dos Suíços, da residência apostólica de Castel Gandolfo, os bispos de recente nomeação, que se encontram em Roma nestes dias, participando de um curso de atualização promovido pela Congregação para a Evangelização dos Povos.É São Paulo, o "grande apóstolo dos gentios" e o "arauto de Jesus Cristo" _ indicou o papa, falando a seus hóspedes _ que os bispos devem ter como modelo, em particular no curso deste Ano Paulino que a Igreja celebra, com a intenção de "aprofundar o conhecimento de seu espírito missionário e de sua personalidade carismática"."Ele é o nosso mestre _ sublinhou o pontífice _ e dele devemos aprender a olhar com simpatia, os povos aos quais somos enviados.""Dele devemos também aprender a buscar em Cristo, a luz e a graça de anunciar hoje a Boa Nova; devemos tomá-lo como exemplo _ sublinhou _ para sermos incansáveis no percorrer as veredas humanas e geográficas do mundo atual, levando Cristo àqueles que já Lhe abriram seus corações, assim como àqueles que ainda não O conhecem."Bento XVI reconheceu que esse é um trabalho pastoral muito amplo, além de extremamente difícil e complexo, muitas vezes desempenhado em dioceses "muito extensas e, não raramente, carentes de estradas e de meios de comunicação". Todavia _ sublinhou _ neste contexto, há um perigo ainda mais iminente..."Sobre as vossas sociedades, como sobre tantas outras _ advertiu o papa _ se abate, com sempre maior violência, o vento da descristianização, da indiferença religiosa, da secularização e da relativização dos valores. Isso cria um ambiente diante do qual as armas da pregação podem parecer _ como no caso de Paulo em Atenas _ carentes da força necessária."Em muitas regiões, os católicos são minoria e, às vezes, minoria exígua, o que _ observou o Santo Padre _ faz com que os bispos devam confrontar-se "com outras religiões bem mais fortes e nem sempre acolhedoras" em relação aos católicos. O papa exortou os bispos a não temerem e a não se deixarem levar pelo desânimo. Convidou-os a se inspirarem em São Paulo" que muito sofreu pelas mesmas causas.Um sofrimento _ sublinhou _ que faz parte da cruz que os cristãos carregam a cada dia, porque "a evangelização e seu sucesso" passam através da cruz e através do próprio sofrimento. (AF)
Fonte: RV
DIOCESE DE HONG KONG CELEBRARÁ DIA MUNDIAL DAS MISSÕES NO SIGNO DO ANO PAULINO
SÃO PAULO, O EVANGELIZADOR POR EXCELÊNCIA
Cidade do Vaticano, 10 set (RV)
– Bento XVI encontrou-se, esta manhã, na Sala Paulo VI, no Vaticano, com fiéis e peregrinos, de várias partes do mundo, para a tradicional Audiência Geral de quarta-feira.Na sua catequese de hoje, o Pontífice continuou suas reflexões sobre a figura do Apóstolo Paulo, cujo bimilenário de nascimento celebramos este ano. De fato, São Paulo é denominado o Apóstolo por excelência: um título que ele mesmo deu a si próprio, como podemos encontrar em suas Cartas.Desta forma, o conceito de apostolado, adotado por São Paulo, vai além do grupo dos Doze. O encontro com Cristo é determinante para se tornar Apóstolo. O apostolado é um dom, não uma presunção. Depois, o apóstolo é um enviado, o portador de uma mensagem. Eis porque São Paulo se define como “Apóstolo de Jesus Cristo”.Anunciar o Evangelho, portanto, frisou o Papa, se concretizou para Paulo de Tarso com a fundação de Igrejas. O apostolado não é um privilégio, mas uma tarefa que compromete toda uma existência.Aqui, o Pontífice ressaltou que existe uma espécie de identificação entre o Evangelho e o evangelizador. Ambos têm o mesmo destino: a força dos fatos revela a identidade do apóstolo, como aconteceu com o Apóstolo dos Gentios.Bento XVI concluiu sua catequese semanal afirmando que São Paulo dedicou toda a sua energia à missão apostólica, cumprindo seu ministério com fidelidade e alegria. Que este seu exemplo, exortou o Papa, sirva sempre de proveito e de estímulo para todos os cristãos.Após a sua catequese semanal, o Papa cumprimentou os presentes em dez línguas. Eis a sua saudação que fez em nossa língua, acompanhada de sua Bênção Apostólica:Caros amigos, saúdo cordialmente a quantos me escutam de língua portuguesa, em particular os portugueses da Paróquia de Matosinhos, e os brasileiros do Rio Grande do Sul e de Mauá em São Paulo. Sede bem-vindos! E que leveis desta visita a Roma a certeza que é apelo: Jesus Cristo morreu por nós, para a nossa salvação! Que vos iluminem os testemunhos de São Pedro e São Paulo e vos assista a graça de Deus, que imploro para vós e vossas famílias, com a Bênção Apostólica.Antes de se despedir dos fiéis presentes na Sala Paulo VI, o Pontífice recordou que, depois de amanhã, vai fazer a sua Viagem Apostólica à França, por ocasião dos 150 anos das Aparições de Nossa Senhora em Lourdes.Depois da Audiência Geral, Bento XVI deixou o Vaticano, de helicóptero, e regressou à Residência Apostólica de Castel Gandolfo, onde permanecerá até o final deste mês de setembro.Na parte da tarde de hoje, o Santo Padre vai receber ainda em audiência particular, o Cardeal William Joseph Levada, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, e Dom Luis Francisco Ladaria Ferrer, Secretário do mesmo organismo Vaticano. (MT)
Fonte: RV
PROGRAMA DA ARQUIDIOCESE DE SÃO PAULO PARA O ANO PAULINO
Oração a São Paulo Apóstolo - Patrono da Arquidiocese de São Paulo
IGREJAS DE PEREGRINAÇÃO E SUAS REGIÕES
CURSO - As cartas do Apóstolo Paulo
Data: setembro de 2008 a maio de 2009. Uma noite por mês.
Inscrições: Paulinas Livraria ou tel. (11) 5081-9330
CURSO - Paulo comunicador
Data: 3 e 4 de outubro de 2008 e 6 e 7 de fevereiro de 2009
Informações: Sepac - tel (11) 5571-9762
SIMPÓSIO
Tema: - São Paulo, Apóstolo
Data: 24,25,26 de março de 2009
Informações: Fapcom: tel (11) 2139-8500
Fonte: Arquidiocese de São Paulo - SP - Brasil
CONVERSÃO DE PAULO COMO MODELO PARA A EVANGELIZAÇÃO DE HOJE
Conversão de Paulo como modelo para a evangelização de hoje
Bento XVI regressou ao Vaticano para a audiência geral e recordou o «encontro com Cristo vivo»
O episódio na estrada de Damasco foi decisivo para a conversão de Paulo. Bento XVI explicou que “de feroz perseguidor da Igreja, o encontro com Cristo transformou Paulo num evangelizador zeloso”.
Nas suas cartas, Paulo descreve a sua experiência “não numa perspectiva de conversão, mas num chamamento para o apostolado”. Num primeiro momento “foi um encontro com o próprio Jesus, não com ideais ou conceitos”. Bento XVI sublinha que Paulo, “não encontrou apenas o Jesus histórico, mas o Cristo vivo que se revelou como salvador e Senhor”.
De forma similar “a nossa conversão não reside nas filosofias esotéricas e filosóficas, nem em códigos morais abstractos, mas no Cristo e no espírito”, apontou o Papa.
“Cristo define a nossa identidade de cristãos, e nele descobrimos o nosso sentido para a vida”. O Papa explicou que “somos cristãos se nos encontrarmos com Cristo. Não certamente como aconteceu com Paulo, de modo irresistível e luminoso. Mas também nós podemos encontrar Cristo na leitura das Escrituras, na oração, na vida litúrgica”, indicou.
“Transfigurados pelo encontro com Jesus, não podemos calar o anúncio aos outros. Que o possamos fazer sempre com uma alegre convicção”.
Saudando os peregrinos de várias línguas presentes na Sala Paulo VI, Bento XVI dirigiu palavras aos portugueses. “Ao saudar cordialmente todos os peregrinos e visitantes de língua portuguesa, dou as boas-vindas, em particular ao grupo de Escuteiros das Paróquias de São Pedro e Santa Maria de Óbidos e aos visitantes vindos de Portugal”.
Fonte: Ag. ECCLESIA