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Site ofícial: Anno Paolino - Basilica Papale San Paolo Fuori Le Mura, em quatro línguas, poderá ser encontrado tudo sobre o ANO PAULINO.
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A POLÔNIA COMEMORA O ANO PAULINO COM LONGA PROGRAMAÇÃO


SÉRIE DE INICIATIVAS NA POLÔNIA PELO ANO PAULINO

Czestochowa - Polônia

Czestochowa, 30 out (RV)
- A Igreja na Polônia lança uma série de iniciativas para este Ano Paulino.
Durante a VI edição dos “Dias da Cultura Cristã”, em andamento em Czestochowa, até o próximo domingo, dia 2, destacam-se: a leitura pública das Cartas de São Paulo por parte do bispo auxiliar da arquidiocese de Czestochowa, Dom Antoni Dlugosz; uma conferência do Cardeal Stanislaw Nagy sobre a pessoa de São Paulo “Apóstolo e Teólogo”; e uma Exposição dedicada a São Paulo, que apresenta ilustrações de lugares paulinos de Roma e Malta, da Grécia e da Turquia.
A série de iniciativas conta com a colaboração do arcebispo Stanislaw Nowak, metropolita de Czestochowa; o prefeito daquela cidade, Tadeusz Wrona; o Departamento de Pastoral da Cultura da arquidiocese; o Instituto Cultural «Gaude Mater» e o jornal católico «Niedziela».
No programa dos «Dias da Cultura Cristã» realizam-se 35 diferentes eventos culturais e religiosos, como exposições, apresentação de filmes de inspiração cristã, espetáculos teatrais, apresentação e promoção de livros religiosos. Haverá também a projeção do filme «Testemunho» sobre a pessoa de João Paulo II, baseado no livro do Cardeal Stanislaw Dziwisz “Uma vida com Karol”. (MT)

Fonte: RV

"SÃO PAULO VÊ NA CRUZ A MANIFESTAÇÃO MAIS ELOQUENTE DO AMOR A DEUS POR NÓS", DIZ BENTO XVI

Bento XVI convida à experiência da Cruz
Papa indica que «nas fraquezas, experimentamos o amor de Deus»
A cruz é exemplo de fraqueza, “sempre presente nas pessoas”, mas “ao aceitarmos a fraqueza da cruz, experimentamos o poderoso amor de Deus por nós”. Bento XVI reflectiu nesta manhã de Quarta-feira na teologia da cruz.
“A cruz tem um lugar principal na história da humanidade e é objecto contínuo da teologia paulina”, expressou o Papa na audiência geral na Praça de São Pedro.
“A cruz é «o centro do centro» do mistério cristão. Certamente a encarnação e ressurreição são mistérios centrais do cristianismo, mas São Paulo vê na cruz a manifestação mais eloquente do Amor de Deus por nós”, indicou o Papa.
A experiência de Paulo no caminho de Damasco, recordada pelo Papa na catequese, “mudou completamente a sua existência, marcada pelo significado central da Cruz. Paulo entendeu que Cristo morreu e ressuscitou por ele e por todos”.
Para o apóstolo, “Cristo crucificado é sabedoria porque manifesta em verdade quem é Deus e mostra-nos o amor que salva o homem de forma gratuita. Esta total gratidão é a verdadeira sabedoria”.
“Como sinal de amor e do amor pela humanidade sem pecado, a Cruz convida-nos a uma total sabedoria que aceita o dom gratuito e bondoso de Deus”, sublinhou Bento XVI.

CICLO DE ENCONTRO NA BASÍLICA DE SÃO PAULO "FORA DOS MUROS"

ANO PAULINO: CICLO DE ENCONTRO NA BASÍLICA DE SÃO PAULO "FORA DOS MUROS"

di De Andrade

Cidade do Vaticano, 28 out (RV)
- O que diria São Paulo à Igreja em Roma e aos habitantes desta cidade, se escrevesse, hoje, a sua "Carta aos Romanos"? Na noite desta terça-feira, na basílica papal de São Paulo "Fora dos Muros", o cardeal vigário do papa para a Diocese de Roma, Agostino Vallini, e o prefeito de Roma, Gianni Alemanno, darão um testemunho pessoal da epístola de São Paulo, endereçada aos romanos, dois mil anos atrás.
Trata-se do primeiro de cinco encontros que, até a próxima Primavera européia, reunirão personalidades dos nossos dias, que se confrontarão com as cartas paulinas, nos diversos âmbitos da política, da economia, da informação, do espetáculo e do esporte.
Além dos testemunhos, os encontros prevêem a intervenção de um biblista de renome. Nesta terça-feira será o presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Dom Gianfranco Ravasi.

A Rádio Vaticano perguntou ao arcipreste da Basílica de São Paulo "Fora dos Muros", Cardeal Andrea Cordero Lanza di Montezemolo, como nasceu a idéia desses encontros...
Cardeal Lanza di Montezemolo:- "Havíamos falado sobre o assunto, tempos atrás, com Dom Ravasi, para delinear o que poderíamos fazer, durante o Ano Paulino, no que diz respeito aos aspectos mais culturais, para além dos litúrgicos.
Assim, nasceu a idéia dessa programação estruturada da seguinte maneira _ uma leitura, uma exegese _ que é o momento fundamental _ e depois um testemunho, feito por uma personalidade de relevo no campo da cultura, da sociedade, da política, da comunicação, da indústria, etc., para dar vivacidade a esses encontros.
O importante é responder à pergunta:
"Hoje, é ainda válida a mensagem de São Paulo? De que modo?"
E essas pessoas deverão testemunhar o quanto seja importante a palavra de Deus através de Paulo, o quanto ela seja viva e eficaz na vida atual." (AF)

Fonte: RV

Para São Paulo, Cristo è “o critério de avaliação dos eventos e das coisas, o fim de todo esforço que ele realiza para anunciar o Evangelho, a grande

Acatequese do Papa Bento XVI na audiência geral


Cidade do Vaticano

– “Hoje gostaria de falar sobre o ensinamento que São Paulo nos deixou sobre a centralidade de Cristo ressuscitado no mistério da salvação, sobre a sua cristologia... Cristo é para o Apóstolo o critério de avaliação dos eventos e das coisas, o fim de todo esforço que ele realiza para anunciar o Evangelho, a grande paixão que sustenta seus passos pelos caminhos do mundo. Trata-se de um Cristo vivo, convreto”. Diante dos peregrinos reunidos na Praça São Pedro para a audiência geral de quarta-feira, dia 22 de outubro, o Papa retomou o ciclo de catequeses sobre São Paulo, destacando a centralidade da divindade de Cristo, crucificado e ressuscitado, em seus ensinamentos.Paulo, explica o Papa, centrava seu ensinamento às comunidades “no anúncio de Jesus Cristo como Senhor, vivo agora e presente no meio dos seus”, até o ponto de que “Jesus Cristo ressuscitado, exaltado sobre todo nome, está no centro de todas as suas reflexões”, ressaltou o Papa. Eis então a essencial característica da cristologia paulina, que desenvolve as profundidades do mistério com uma preocupação constante e precisa: anunciar, certamente, Jesus, seu ensinamento, mas anunciar sobretudo a realidade central de sua morte e ressurreição”, disse ainda o Pontífice. “Esta experiência de Cristo vivo, que Paulo experimentou no caminho de Damasco, é a que ele tenta transmitir”, explicou o Papa. Este Cristo é “essa uma pessoa que me ama, com a qual posso falar, que me escuta e me responde, este é realmente o princípio para entender o mundo e para encontrar o caminho na história”. A cristologia paulina aponta para a divindade de Cristo, a quem identifica com a Sabedoria do Antigo Testamento. Efetivamente, explica o Papa, os livros sapienciais mostram uma Sabedoria que existia antes da criação, e que desceu para estabelecer-se entre os homens, como se recorda no prólogo do evangelho de João. “Podemos ver nos livros do Antigo Testamento que este abaixamento da Sabedoria, a sua encarnação, refere-se sobretudo a esta perspectiva sapiencial: reconhece em Jesus a sabedoria eterna existente desde sempre, a sabedoria que entra no mundo e faz uma morada entre nós” acrescentou o Papa. “Contudo, este reconhecimento da divindade de Cristo não é uma invenção paulina, explicou o Papa, pois um dos textos mais significativos, o hino à humildade de Cristo contido na carta aos Filipenses, é, segundo os exegetas, uma composição precedente". “Este é um dado de grande importância, porque significa que o judeo-cristianismo, antes de São Paulo, acreditava na divindade de Jesus. Em outras palavras, a fé na divindade de Jesus não é um invento helenístico, surgido depois da vida terrena de Jesus”. Enfim, o Papa citou a Primeira Carta a Timóteo como exemplo de “outros lugares da literatura paulina onde os temas da preesistência e da descida do Filho de Deus sobre a terra estão coligadas” e os últimos progressos da cristologia de São Paulo nas cartas aos Colossenses e Efésios. “Na primeira, Cristo é qualificado como ‘primogênito de todas as criaturas’ (1,15-20)”, explicou o Papa, lembra que a palavra ‘primogênito’ significa que “o primeiro entre os filhos, o primeiro entre tantos irmãos e irmãs, desceu para nos atrair a Ele e fazer de nós seus irmãos e irmãs”. Na Carta aos Eféfios se encontra “uma bonita exposição do plano de salvação, quando Paulo afirma que em Cristo, Deus quis recapitular tudo. Cristo é a recapitulação de tudo e nos conduz a Deus. Isso requer um movimento de rebaixamento e de ascenção, convidando-nos a participar de sua humildade, ou seja, ao seu amor ao próximo, para assim participar de sua glorificação, tornado-nos com Ele filhos no Filho”. (S.L.)

NA MENSSAGEM DE SÃO PAULO, BENTO XVI DESTACA "CENTRALIDADE DE CRISTO RESSUSCITADO"


Papa destaca «centralidade de Cristo ressuscitado» na mensagem de São Paulo


(22-10-2008) Bento XVI prosseguiu esta Quarta-feira o ciclo de catequeses dedicado à figura de São Paulo, destacando a “centralidade de Cristo ressuscitado” na mensagem paulina.
Durante a audiência geral desta semana, no Vaticano, o Papa destacou que Jesus Cristo não é um “princípio abstracto”, mas uma pessoa. É o “princípio para compreender o mundo”, mas também “uma pessoa que me amou, com a qual posso falar, que me escuta”.
Perante cerca de 20 mil pessoas, Bento XVI abordou os princípios da cristologia elaborada por São Paulo, sobretudo nas suas Cartas. O Apóstolo afirma “a centralidade de Cristo ressuscitado no mistério da salvação”, explicou.
“Para Paulo, há uma perfeita identidade salvífica entre Aquele que vive eternamente na glória e o Jesus terrestre”, disse na sua catequese.
Para o Papa, São Paulo procurou, sobretudo, “a edificação das comunidades nascentes, concentrando tudo sobre Cristo vivo e presente no meio dos seus”.
Como habitualmente, Bento XVI dirigiu-se aos “amados peregrinos de língua portuguesa”, desejando que “esta peregrinação a Roma encha de luz e fortaleza o vosso testemunho cristão, para confessardes Jesus Cristo como único Salvador e Senhor da vida: fora d'Ele, não há vida, nem esperança de a ter”.



Fonte: Ag. ECCLESIA

Igreja, fundamental no ensinamento de São Paulo



Bento XVI: Igreja, fundamental no ensinamento de São Paulo
Hoje durante a audiência geral



CIDADE DO VATICANO, quarta-feira, 15 de outubro de 2008

-Oferecemos a seguir a catequese que o Papa pronunciou hoje diante dos peregrinos reunidos na Praça de São Pedro, por ocasião da audiência geral.


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Queridos irmãos e irmãs:
Na catequese da quarta-feira passada, falei da relação de Paulo com o Jesus pré-pascal em sua vida terrena. A questão era: o que Paulo sabia sobre a vida de Jesus, suas palavras e sua paixão? Hoje quero falar do ensinamento de São Paulo sobre a Igreja. Devemos começar pela constatação de que esta palavra, «Igreja», como «Église» em francês ou «Chiesa» em italiano, está tomada do grego «ekklēsía». Procede do Antigo Testamento e significa a assembléia do povo de Israel, convocada por Deus, e particularmente a assembléia exemplar aos pés do Sinai. Com esta palavra agora se alude à nova comunidade dos crentes em Cristo que se sentem assembléia de Deus, a nova convocatória de todos os povos por parte de Deus e diante d’Ele. O vocábulo ekklēsía aparece só nos escritos de Paulo, que é o primeiro autor de um escrito cristão. Isso acontece no incipit da 1ª Carta aos Tessalonicenses, (cf. depois também à «Igreja dos Laodicenses», em Col 4, 16). Em outras cartas, ele fala da Igreja de Deus que está em Corinto (1 Cor 1, 2; 2 Cor 1, 1) e na Galícia (Gl 1,2 etc.) – Igrejas particulares, portanto – mas diz também ter perseguido «a Igreja de Deus», não uma determinada comunidade local, mas «a Igreja de Deus». Assim, vemos que a palavra «Igreja» tem um significado pluridimensional: indica, por um lado, as assembléias de Deus em determinados lugares (uma cidade, um país, uma casa), mas também toda a Igreja em seu conjunto. E assim vemos que «a Igreja de Deus» não é só a soma das distintas Igrejas locais, mas estas são, por sua vez, a realização da única Igreja de Deus. Todas juntas são a «Igreja de Deus», que precede cada Igreja local e que se expressa e realiza nelas.
É importante observar que quase sempre a palavra «Igreja» aparece com o acréscimo do esclarecimento «de Deus»: não é uma associação humana, nascida de idéias ou interesses comuns, mas de uma convocação de Deus. Ele a convocou e por isso é una em todas as suas realizações. A unidade de Deus cria a unidade da Igreja em todos os lugares onde se encontra. Mais tarde, na Carta aos Efésios, Paulo elaborará abundantemente o conceito de unidade da Igreja, em continuidade com o conceito de Povo de Deus, Israel, considerada pelos profetas como «esposa de Deus», chamada a viver uma relação esponsal com Ele. Paulo apresenta à única Igreja de Deus como «esposa de Cristo» no amor, um só espírito com o próprio Cristo. Sabe-se que o jovem Paulo havia sido adversário inflamado do novo movimento constituído pela Igreja de Cristo. Havia sido seu adversário, porque havia visto ameaçada neste novo movimento a fidelidade à tradição do povo de Deus, animado pela fé no Deus único. Esta fidelidade se expressava sobretudo na circuncisão, na observação das regras da pureza cultural, na abstenção de certos alimentos, no respeito do sábado. Os israelenses haviam pagado esta fidelidade com o sangue dos mártires no período dos Macabeus, quando o regime helenista queria obrigar todos os povos a conformar-se à única cultura helenista. Muitos israelenses haviam defendido com seu sangue a vocação própria de Israel. Os mártires haviam pagado com a vida a identidade de seu povo, que se expressava mediante estes elementos. Após o encontro com Cristo ressuscitado, Paulo entendeu que os cristãos não eram traidores; ao contrário, na nova situação, o Deus de Israel, mediante Cristo, havia estendido seu chamado a todos os povos, convertendo-se no Deus de todos os povos. Desta forma se realizava a fidelidade ao único Deus; já não eram necessários os sinais distintivos constituídos pelas normas e observâncias particulares, porque todos estavam chamados, em sua variedade, a fazer parte do único povo de Deus na «Igreja de Deus», em Cristo.
Uma coisa foi clara para Paulo na nova situação: o valor fundamental e fundante de Cristo e da «palavra» que anunciava. Paulo sabia que não só não se é cristão por coerção, mas que na configuração interna da nova comunidade, o componente institucional estava inevitavelmente ligado à «palavra viva», ao anúncio do Cristo vivo no qual Deus se abre a todos os povos e os une em um único povo de Deus. É sintomático que Lucas, nos Atos dos Apóstolos empregue muitas vezes, inclusive a propósito de Paulo, o sintagma «anunciar a palavra» (Atos 4, 29.31; 8, 25; 11, 19; 13, 46;14, 25; 16, 6.32), com a evidente intenção de evidenciar ao máximo o alcance decisivo da «palavra» do anúncio. Em concreto, esta palavra está constituída pela cruz e pela ressurreição de Cristo, na qual as Escrituras se realizaram. O mistério pascal, que provocou o giro de sua vida no caminho de Damasco, está obviamente no centro da pregação do Apóstolo (cf. 1 Cor 2, 2;15, 14). Este mistério, anunciado na palavra, realiza-se nos sacramentos do Batismo e da Eucaristia, e se torna realidade na caridade cristã. A obra evangelizadora de Paulo não tem outro fim senão implantar a comunidade dos crentes em Cristo. Esta idéia está dentro da própria etimologia do vocábulo ekklēsía, que Paulo, e com ele todo o cristianismo, preferiu ao outro termo, «sinagoga», não só porque originalmente o primeiro é mais «leigo» (derivando da práxis grega da assembléia política e não propriamente religiosa), mas também porque implica diretamente a idéia mais teológica de uma chamada ab extra, não uma simples reunião; os crentes são chamados por Deus, que os reúne em uma comunidade, sua Igreja.
Nesta linha, podemos compreender também o conceito original, exclusivamente paulino, da Igreja como «Corpo de Cristo». A respeito disso, é oportuno ter presente as duas dimensões deste conceito. Uma é de caráter sociológico, segundo a qual o corpo está formado por seus componentes e não existiria sem eles. Esta interpretação aparece na Carta aos Romanos e na Primeira Carta aos Coríntios, onde Paulo assume uma imagem que já existia na sociologia romana: ele diz que um povo é como um corpo com diferentes membros, cada um dos quais tem sua função, mas todos, inclusive os menores e aparentemente insignificantes, são necessários para que o corpo possa viver e realizar suas funções. Oportunamente, o Apóstolo observa que na Igreja há muitas vocações: profetas, apóstolos, mestres, pessoas simples, todos chamados a viver cada dia a caridade, todos necessários para construir a unidade viva deste organismo espiritual. A outra interpretação faz referência ao próprio Corpo de Cristo. Paulo sustenta que a Igreja não é só um organismo, mas se converte realmente em Corpo de Cristo no sacramento da Eucaristia, onde todos recebem seu Corpo e chegam a ser realmente seu Corpo. Realiza-se assim o mistério esponsal, que todos são um só corpo e um só espírito em Cristo. Assim, a realidade vai muito além da imaginação sociológica, expressando sua verdadeira essência profunda, ou seja, a unidade de todos os batizados em Cristo, considerados pelo Apóstolo como «um» em Cristo, conformados ao sacramento de seu Corpo.
Dizendo isso, Paulo mostra saber bem e nos dá a entender que a Igreja não é sua e não é nossa: a Igreja é o Corpo de Cristo, é «Igreja de Deus», «campo de Deus», edificação de Deus, ... «templo de Deus» (1 Cor 3, 9.16). Esta última designação é particularmente interessante, porque atribui a um tecido de relações interpessoais um termo que comumente servia para indicar um lugar físico, considerado sagrado. A relação entre a Igreja e o templo assume, portanto, duas dimensões complementares: por um lado, aplica-se à comunidade eclesial a característica de separação e pureza que tinha o edifício sagrado; mas por outro, supera-se também o conceito de um espaço material, para transmitir este valor à realidade de uma comunidade viva de fé. Se antes os templos eram considerados lugares da presença de Deus, agora se sabe e se vê que Deus não habita em edifícios feitos de pedra, mas que o lugar da presença de Deus no mundo é a comunidade viva dos crentes.
Um discurso à parte mereceria a qualificação de «povo de Deus», que em Paulo se aplica substancialmente ao povo do Antigo Testamento e depois aos pagãos, que eram «o não-povo» e que se converteram também em povo de Deus graças à sua inserção em Cristo mediante a palavra e o sacramento. E um último esboço. Na Carta a Timóteo, Paulo qualifica a Igreja de «casa de Deus» (1 Tm 3, 15); e esta é uma definição realmente original, porque se refere à Igreja como estrutura comunitária na qual se vivem calorosas relações interpessoais de caráter familiar. O Apóstolo nos ajuda a compreender cada vez mais o mistério da Igreja em suas distintas dimensões de assembléia de Deus no mundo. Esta é a grandeza da Igreja e a grandeza do nosso chamado: somos templo de Deus no mundo, lugar onde Deus habita realmente, e somos, ao mesmo tempo, comunidade, família de Deus, que é amor. Como família e casa de Deus, devemos realizar no mundo a caridade de Deus e ser, assim, com a força que vem da fé, lugar e sinal de sua presença. Oremos ao Senhor para que nos conceda ser cada vez mais sua Igreja, seu Corpo, o lugar da presença de sua caridade neste nosso mundo e em nossa história.

Fonte: ZENIT.org

PAULO DESCOBRE O JESUS HISTÓRICO ATRAVÉS DA PRIMEIRA COMUNIDADE CRISTÃ

AUDIÊNCIA GERAL:
PAULO DESCOBRE O JESUS HISTÓRICO ATRAVÉS DA PRIMEIRA COMUNIDADE CRISTÃ

Cidade do Vaticano, 08 out (RV)

– Bento XVI encontrou-se, esta manhã, na Praça São Pedro, diante da Basílica Vaticana, com milhares de peregrinos e fiéis, provenientes de vários países do mundo, para a tradicional Audiência Geral.
Continuando sua série de reflexões sobre a figura de São Paulo, Apóstolo dos Gentios, pelos seus dois mil anos de nascimento, que a Igreja celebra este ano, o Santo Padre meditou sobre a sua relação com o chamado “Jesus histórico”, embora Paulo tenha se encontrado com Cristo ressuscitado, no caminho de Damasco.
Quando o Apóstolo diz em sua Carta aos Coríntios que conheceu Jesus “segundo a carne”, não queria dizer que tenha estado com Ele aqui na terra, mas que o havia considerado com critérios humanos. Com efeito, Paulo conheceu Jesus histórico através da primeira comunidade cristã, ou seja, através da mediação da Igreja nascente.
De fato, em seus escritos, o Apóstolo dos Gentios faz numerosas referências diretas e implícitas sobre o que ele tinha ouvido sobre a figura e a pregação do Mestre, o Senhor.
Por outro lado, há várias outras alusões claras aos ensinamentos de Jesus, transmitidos pelos Evangelhos sinópticos, assim como temas que se referem à pregação de Jesus. Algumas vezes, Paulo até muda o contexto para aplicar tais temas a quem, sem ter conhecido Jesus terreno, reconhecia o Senhor ressuscitado como Redentor e Salvador.
Mais do que contar coisas sobre Jesus, como uma pessoa do passado, Paulo proclama que Ele veio para todos, agora e sempre: Ele é a vida da nossa vida. Eis a sua magnífica mensagem!Após a sua catequese semanal, Bento XVI passou a cumprimentar os diversos grupos de peregrinos, presentes na Audiência Geral, em dez línguas.
Falando em italiano, o Pontífice cumprimentou os peregrinos da diocese de Vigevano, entre os quais se encontravam algumas Irmãs Missionárias da Imaculada “Rainha da Paz”, que vieram a Roma para agradecer a beatificação do seu fundador, Francesco Pianzola, realizada no último sábado, na catedral da cidade.
Francesco Pianzola, sábio pregador, disse o Papa, soube renovar os corações com a luz do Evangelho e com a força da Eucaristia. De fato, ele extraiu da Eucaristia aquele ardor de caridade que o tornou atento especialmente às necessidades dos jovens, dos quais foi amigo, irmão e pai.
E o Santo Padre exortou:Caros amigos, imitem o exemplo do novo bem-aventurado e sejam também, como ele, sinais luminosos da presença de Cristo, mediante uma convicta fidelidade à Igreja.
Enfim, ao término da Audiência Geral, Bento XVI dirigiu sua saudação também aos presentes de língua portuguesa, acompanhada de sua Bênção Apostólica: Amados peregrinos de língua portuguesa, a minha cordial saudação para todos os presentes, mormente os grupos paroquiais referidos de Itapecerica da Serra, Monte Sião e São Paulo, no Brasil. Bem-vindos a Roma!
Pisais terra santa, banhada pelo sangue dos mártires. Quiseram obrigá-los a deixar Cristo para salvarem a vida, mas eles responderam que a sua vida era Cristo; e, certos disso, preferiram Cristo à própria vida.
Possa a mesma certeza iluminar a vida de cada um de vós e dos vossos familiares, que de coração abençôo. (MT)
Fonte: RV

LITURGIA PARA PAULO É SE COLOCAR POR INTEIRO A SERVIÇO DO PROJETO DE DEUS

Liturgia para Paulo é se colocar por inteiro a serviço do projeto de Deus
Afirma o padre Carlos Gustavo Haas, assessor da CNBB
Por Alexandre Ribeiro

SÃO PAULO, terça-feira, 7 de outubro de 2008
-Para Paulo, «a liturgia que realmente agrada a Deus é nos colocarmos por inteiro a serviço do projeto de Deus, vivido por Jesus, o Filho de Deus», explica o assessor de liturgia da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Em conferência na Semana Teológica do Instituto de Teologia e Filosofia Santa Teresinha, da diocese de São José dos Campos, na semana passada, o padre Carlos Gustavo Haas falou sobre a influência da teologia paulina na liturgia.
No início de sua explanação, o sacerdote recordou a epistemologia do termo liturgia, do grego «leitourgía», que pode ser entendido resumidamente por «serviço público». Citou ainda a definição da Sacrosanctum Concilium --constituição sobre Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II--, que afirma que a liturgia é considerada como “o exercício da função sacerdotal de Cristo”.
«Paulo usa a palavra liturgia para falar como prestação de serviço. Portanto, para ele, a palavra liturgia implica compromisso social, compromisso com a vida, com a caridade. Com efeito, em Jesus Cristo, o que vale é a fé agindo pelo amor», explica o sacerdote.
Paulo afirma que Deus lhe deu a graça de ser «liturgo» ou «ministro de Jesus Cristo junto dos pagãos», prestando um serviço sacerdotal ao Evangelho de Deus.
De acordo com padre Haas, além das considerações sobre o significado de liturgia como serviço, Paulo traz uma grande contribuição no que se entende por culto espiritual.
Em Romanos 12, ele afirma: “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual”.
«Para Paulo, a liturgia que realmente agrada a Deus é nos colocarmos por inteiro a serviço do projeto de Deus, vivido por Jesus, o Filho de Deus», destaca.
«É muito fácil viver uma liturgia do templo, uma liturgia da Igreja apenas como templo. Mas é muito difícil fazer da nossa vida uma hóstia viva, santa, agradável a Deus.»
O assessor da CNBB explicou então que o termo “culto” tem raiz latina que significa “cultivar”. «Que significa cultuar a Deus?», questionou. Significa «cultivar no dia-a-dia, na celebração e na vida, aquilo que Deus é. O culto espiritual como compromisso, a exemplo de Jesus».
«Muitas missas, batismos, casamentos foram e ainda são oportunidade mais para justificar os esquemas deste mundo do que cultivar a vontade de Deus.»
«Cultiva-se às vezes o que eu quero, o que eu desejo, o que eu penso, e não cultivamos, não prestamos o culto a Deus. Em vez de servirmos a Deus, nós nos servimos de Deus. Este alerta São Paulo pode nos deixar», afirmou.
O assessor da CNBB disse que a liturgia tem de «nos levar a fazer justamente isso que Paulo disse em Gálatas 4: até que Cristo se forme em nós, em mim, em ti, em nós».
O Ano Litúrgico é isto, «uma maneira fantástica da gente cultivar os sentimentos de Jesus Cristo que vão sendo celebrados» ao longo do período.
«A Igreja não tem calendário litúrgico, ela tem o Ano Litúrgico, que é um itinerário onde a gente vai domingo por domingo, semana por semana cultivando essa Palavra, e ela vai penetrando, transformando a vida da gente.»
«Não é devoção; é cultivar, para que nós nos tornemos hóstias vivas, santas, agradáveis a Deus; isto é a liturgia, não é ritualismo. Precisa-se do rito, de uma ritualidade, mas não de ritualismo. Não é devoção, é celebração», enfatizou.
No contexto do Sínodo da Palavra de Deus, padre Haas afirmou que é preciso ouvir a Palavra com o coração.
Por isso, «precisamos do silêncio. Não só o silêncio da boca, mas o silêncio dos olhos, do ouvido, do coração, do nosso corpo. Vivemos num mundo tão barulhento. Temos missas tão barulhentas», lamentou.
«Esta experiência humana de acolher, ouvir, entender, obedecer à Palavra é fundamental para todos nós.»
O assessor da CNBB destacou que a Palavra não é uma simples mensagem. «Eu já ouvi tantas pessoas dizerem: “a mensagem do evangelho de hoje...”. A Palavra não é uma mensagem, ela é a verdade, é a vida, é Cristo. A Palavra é um acontecimento».

Fonte: ZENIT.org