Liturgia para Paulo é se colocar por inteiro a serviço do projeto de Deus
Afirma o padre Carlos Gustavo Haas, assessor da CNBB
Por Alexandre Ribeiro
Afirma o padre Carlos Gustavo Haas, assessor da CNBB
Por Alexandre Ribeiro
SÃO PAULO, terça-feira, 7 de outubro de 2008
-Para Paulo, «a liturgia que realmente agrada a Deus é nos colocarmos por inteiro a serviço do projeto de Deus, vivido por Jesus, o Filho de Deus», explica o assessor de liturgia da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil).
Em conferência na Semana Teológica do Instituto de Teologia e Filosofia Santa Teresinha, da diocese de São José dos Campos, na semana passada, o padre Carlos Gustavo Haas falou sobre a influência da teologia paulina na liturgia.
No início de sua explanação, o sacerdote recordou a epistemologia do termo liturgia, do grego «leitourgía», que pode ser entendido resumidamente por «serviço público». Citou ainda a definição da Sacrosanctum Concilium --constituição sobre Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II--, que afirma que a liturgia é considerada como “o exercício da função sacerdotal de Cristo”.
«Paulo usa a palavra liturgia para falar como prestação de serviço. Portanto, para ele, a palavra liturgia implica compromisso social, compromisso com a vida, com a caridade. Com efeito, em Jesus Cristo, o que vale é a fé agindo pelo amor», explica o sacerdote.
Paulo afirma que Deus lhe deu a graça de ser «liturgo» ou «ministro de Jesus Cristo junto dos pagãos», prestando um serviço sacerdotal ao Evangelho de Deus.
De acordo com padre Haas, além das considerações sobre o significado de liturgia como serviço, Paulo traz uma grande contribuição no que se entende por culto espiritual.
Em Romanos 12, ele afirma: “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual”.
«Para Paulo, a liturgia que realmente agrada a Deus é nos colocarmos por inteiro a serviço do projeto de Deus, vivido por Jesus, o Filho de Deus», destaca.
«É muito fácil viver uma liturgia do templo, uma liturgia da Igreja apenas como templo. Mas é muito difícil fazer da nossa vida uma hóstia viva, santa, agradável a Deus.»
O assessor da CNBB explicou então que o termo “culto” tem raiz latina que significa “cultivar”. «Que significa cultuar a Deus?», questionou. Significa «cultivar no dia-a-dia, na celebração e na vida, aquilo que Deus é. O culto espiritual como compromisso, a exemplo de Jesus».
«Muitas missas, batismos, casamentos foram e ainda são oportunidade mais para justificar os esquemas deste mundo do que cultivar a vontade de Deus.»
«Cultiva-se às vezes o que eu quero, o que eu desejo, o que eu penso, e não cultivamos, não prestamos o culto a Deus. Em vez de servirmos a Deus, nós nos servimos de Deus. Este alerta São Paulo pode nos deixar», afirmou.
O assessor da CNBB disse que a liturgia tem de «nos levar a fazer justamente isso que Paulo disse em Gálatas 4: até que Cristo se forme em nós, em mim, em ti, em nós».
O Ano Litúrgico é isto, «uma maneira fantástica da gente cultivar os sentimentos de Jesus Cristo que vão sendo celebrados» ao longo do período.
«A Igreja não tem calendário litúrgico, ela tem o Ano Litúrgico, que é um itinerário onde a gente vai domingo por domingo, semana por semana cultivando essa Palavra, e ela vai penetrando, transformando a vida da gente.»
«Não é devoção; é cultivar, para que nós nos tornemos hóstias vivas, santas, agradáveis a Deus; isto é a liturgia, não é ritualismo. Precisa-se do rito, de uma ritualidade, mas não de ritualismo. Não é devoção, é celebração», enfatizou.
No contexto do Sínodo da Palavra de Deus, padre Haas afirmou que é preciso ouvir a Palavra com o coração.
Por isso, «precisamos do silêncio. Não só o silêncio da boca, mas o silêncio dos olhos, do ouvido, do coração, do nosso corpo. Vivemos num mundo tão barulhento. Temos missas tão barulhentas», lamentou.
«Esta experiência humana de acolher, ouvir, entender, obedecer à Palavra é fundamental para todos nós.»
O assessor da CNBB destacou que a Palavra não é uma simples mensagem. «Eu já ouvi tantas pessoas dizerem: “a mensagem do evangelho de hoje...”. A Palavra não é uma mensagem, ela é a verdade, é a vida, é Cristo. A Palavra é um acontecimento».
Em conferência na Semana Teológica do Instituto de Teologia e Filosofia Santa Teresinha, da diocese de São José dos Campos, na semana passada, o padre Carlos Gustavo Haas falou sobre a influência da teologia paulina na liturgia.
No início de sua explanação, o sacerdote recordou a epistemologia do termo liturgia, do grego «leitourgía», que pode ser entendido resumidamente por «serviço público». Citou ainda a definição da Sacrosanctum Concilium --constituição sobre Sagrada Liturgia do Concílio Vaticano II--, que afirma que a liturgia é considerada como “o exercício da função sacerdotal de Cristo”.
«Paulo usa a palavra liturgia para falar como prestação de serviço. Portanto, para ele, a palavra liturgia implica compromisso social, compromisso com a vida, com a caridade. Com efeito, em Jesus Cristo, o que vale é a fé agindo pelo amor», explica o sacerdote.
Paulo afirma que Deus lhe deu a graça de ser «liturgo» ou «ministro de Jesus Cristo junto dos pagãos», prestando um serviço sacerdotal ao Evangelho de Deus.
De acordo com padre Haas, além das considerações sobre o significado de liturgia como serviço, Paulo traz uma grande contribuição no que se entende por culto espiritual.
Em Romanos 12, ele afirma: “Eu vos exorto, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, a oferecerdes vossos corpos em sacrifício vivo, santo, agradável a Deus: é este o vosso culto espiritual”.
«Para Paulo, a liturgia que realmente agrada a Deus é nos colocarmos por inteiro a serviço do projeto de Deus, vivido por Jesus, o Filho de Deus», destaca.
«É muito fácil viver uma liturgia do templo, uma liturgia da Igreja apenas como templo. Mas é muito difícil fazer da nossa vida uma hóstia viva, santa, agradável a Deus.»
O assessor da CNBB explicou então que o termo “culto” tem raiz latina que significa “cultivar”. «Que significa cultuar a Deus?», questionou. Significa «cultivar no dia-a-dia, na celebração e na vida, aquilo que Deus é. O culto espiritual como compromisso, a exemplo de Jesus».
«Muitas missas, batismos, casamentos foram e ainda são oportunidade mais para justificar os esquemas deste mundo do que cultivar a vontade de Deus.»
«Cultiva-se às vezes o que eu quero, o que eu desejo, o que eu penso, e não cultivamos, não prestamos o culto a Deus. Em vez de servirmos a Deus, nós nos servimos de Deus. Este alerta São Paulo pode nos deixar», afirmou.
O assessor da CNBB disse que a liturgia tem de «nos levar a fazer justamente isso que Paulo disse em Gálatas 4: até que Cristo se forme em nós, em mim, em ti, em nós».
O Ano Litúrgico é isto, «uma maneira fantástica da gente cultivar os sentimentos de Jesus Cristo que vão sendo celebrados» ao longo do período.
«A Igreja não tem calendário litúrgico, ela tem o Ano Litúrgico, que é um itinerário onde a gente vai domingo por domingo, semana por semana cultivando essa Palavra, e ela vai penetrando, transformando a vida da gente.»
«Não é devoção; é cultivar, para que nós nos tornemos hóstias vivas, santas, agradáveis a Deus; isto é a liturgia, não é ritualismo. Precisa-se do rito, de uma ritualidade, mas não de ritualismo. Não é devoção, é celebração», enfatizou.
No contexto do Sínodo da Palavra de Deus, padre Haas afirmou que é preciso ouvir a Palavra com o coração.
Por isso, «precisamos do silêncio. Não só o silêncio da boca, mas o silêncio dos olhos, do ouvido, do coração, do nosso corpo. Vivemos num mundo tão barulhento. Temos missas tão barulhentas», lamentou.
«Esta experiência humana de acolher, ouvir, entender, obedecer à Palavra é fundamental para todos nós.»
O assessor da CNBB destacou que a Palavra não é uma simples mensagem. «Eu já ouvi tantas pessoas dizerem: “a mensagem do evangelho de hoje...”. A Palavra não é uma mensagem, ela é a verdade, é a vida, é Cristo. A Palavra é um acontecimento».
Fonte: ZENIT.org
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